sexta-feira, 30 de outubro de 2015

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Tem uma vassoura
Que é um avião
Um chapéu muito velho
E um grande nariguão.

Quem é?
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Dia chuvoso
Noite escura
Céu sem estrelas
É dia das Bruxas

Belas feiticeiras
Encantam com esperteza
Brilham com a lua cheia
Voam a noite inteira

Com seu sorriso sombrio
E um olhar maligno 

Metem medo a muita gente
Mas não há o que temer
É apenas o jeito popular
De descrevê-las

Bruxas são fadas da noite
Gostam da escuridão
Vivem a fazer poção

Num enorme caldeirão

Não precisa se esconder
O único risco
É elas
te enfeitiçarem

A BRUXINHA SEM VASSOURA

Em história de faz de conta
Nada mais nos desaponta
Do que uma feia bruxinha
Sem a sua vassourinha.

Assim era a bruxa Ritinha,
Usava os poderes que tinha
Para fazer o bem e não o mal
Para gente ou animal.

Da vassoura não precisava
Porque na imaginação ela voava,
Pois era uma bruxinha tão boa
Igual a qualquer pessoa.

Apesar de boa amiga
A pequena bruxa Ritinha,
Um dia teve a grande ideia
De convidar uma centopeia

Para uma festança na floresta.
Foi na hora que ela fazia a sesta
Que um lobo apareceu
E dizendo que não entendeu

Porque uma bruxa feinha
Não tinha uma vassourinha
Para voar como andorinha
E usava aquela carrocinha

Para viajar pela floresta.
Pondo a mãozinha na testa,
Respondeu a bruxinha ao lobo:
- Ora, não seja tão bobo

Esta minha carrocinha
É como uma capelinha,
Um alegre e calmo abrigo
Para quem é meu amigo.

O lobo, rosnando ferozmente,
Disse de forma eloquente:
- Bruxa feia não tem amigo,
Não entrarei nesse seu abrigo

Eu tenho um enorme medo
Pois sei que não é brinquedo
A magia de uma bruxa má,
É o castigo pior que há.

Triste e muito decepcionada,
A bruxinha ficou calada
E voltou para sua carrocinha
Uma verdadeira belezinha.

A festa foi cancelada
E os bichos da mata fechada
Até ficaram com pena
Daquela bruxa pequena.

Indo para a sua toca no mato
O lobo pisou num artefato
Ficando preso uivou por socorro
Que ultrapassou o cume do morro

Chegando aos ouvidos de Ritinha
Que entrou em sua carrocinha
Partindo aceleradamente
Para atender ao oponente

Que dela não queria a amizade
Oferecida com tanta sinceridade.
A bruxinha libertou o lobão
Que sentiu um aperto no coração

Ao ver que enganam as aparências
E entre muitas reticências
Pediu perdão a bruxinha
Dizendo que no mundo não tinha

Nada que pagasse aquela atitude
E que a bondade não é virtude
Só de quem é bonito e perfeito.
E espalhando pela mata o feito

O lobo convidou alguns bichos
Que chamaram outros entre cochichos,
Para a festa sonhada pela bruxinha,
Que de tão boa outra não tinha.

Chegaram bem na hora da ceia
E perguntaram à bruxa feia
Se seus amigos podiam ser
E se ela podia esquecer

O desprezo e a grosseria do lobo
Que percebeu o quanto era bobo
Por tanto tempo ignorar a pessoa
De Ritinha, a bruxinha boa.

A festa foi realizada
Da forma como foi sonhada
Com amigos e muita alegria
Findando na mata a monotonia.


"Numa casa muito estranha
toda feita de chocolate
vivia uma bruxa castanha
que adorava o disparate.
Punha os copos no fogão
as panelas na banheira
os sapatos nas gavetas
as meias na frigideira;
escrevia com fios de água
dormia sempre de pé
cozinhava numa cama
e comia no bidé.
Varria a casa com garfos
limpava o pó com farinha
deitava cem gatos na sala
e dormia na cozinha."
 
António Mota


Uma bruxa varredeira
Foi varrer certo castelo,
Todo verde e amarelo.

Encontrou um ratinho
Bem redondo, que chorava.

- O que foi que aconteceu,
Me diga, que eu não sei?

- Dona Bruxa, eu já fui rei,
Mas beijei minha rainha
E ratinho eu virei...
E a rainha, coitada,
Parece enfeitiçada,
Virou gorducha ratinha!

- Faça assim, meu ratinho,
Pra desfazer o feitiço
De ser realeza rato:
Dá-me um beijo longo
Na ponta do meu nariz.
Novo rei serás de fato,
Pra sempre serás feliz!

Ratinho, envergonhado,
Deu um beijo prolongado
Na bruxa, nariguda,
Bem na ponta da verruga.

A bruxa virou rainha
Ratinho virou rei,
Ratinha virou vassoura
Muito loura e avoada,
Voou pra longe, correndo,
E fez queixa pr’uma fada
Que queria uma vassoura
Pra varrer sua morada.
Metade de mim é fada,
a outra metade é bruxa.
Uma escreve com sol,
a outra escreve com lua.
Uma anda pelas ruas
cantarolando baixinho,
a outra caminha de noite
dando de comer à sua sombra.
Uma é séria, a outra sorri;
uma voa, a outra é pesada.
Uma sonha dormindo,
a outra sonha acordada.
 
Em: Pera, Uva ou Maçã, Roseanna Murray, ed. Scipione: 2005